ESTUDOS

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As Carências da Igreja Brasileira
e o Compromisso Cristão com a Igreja local


1)   As carências da igreja brasileira:
·         Viverem num espírito de cooperação
João 17:21
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
- Para que tenham força em suas manifestações
            - Para que seu alcance na obra seja multiplicado
      ·         Pensarem à luz do seu tempo e à luz do seu contesto local
Atos 15:10
Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?
 - Igrejas que não ponham sobre si um julgo maior do que possam suportar.

Atos 16
3 - Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.
4 - E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.
5 - De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número.
- Precisamos parar de, tão somente, reproduzir modelos e buscá-los em Deus sua específica orientação para a missão particular que recebemos. (A circuncisão de Timóteo).

·         Irem além do ritualismo, até a prática do acolhimento
Mateus 11
19 - Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
20 - Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo:
21 - Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.
 - Em algum lugar o discurso e a prática da igreja começaram a se distanciar, a proximidade com os menos favorecidos, com os doentes, os perdidos... “e como ouvirão se não há quem pregue?”
 
·         Perceberem a velocidade das transformações do nosso tempo e saberem dar respostas a elas.
I Pedro 3
15 - Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
16 - Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.
 - precisamos observar a diversidade cultural que distanciam as gerações e utilizá-la para promover integração e crescimento.
·         Reaprenderem a ser igreja a partir do lar.
Mateus 24
43 - Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.
 - O lugar de sermos o nosso melhor precisa ser a nossa casa.

2)Compromisso cristão com a igreja local:
·         Multiplicar em frutos:
Hebreus 10:
24 - E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
25 - Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
 - Não enxergar-se como um organismo independente, mas como parte de um corpo.
Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 - Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
II Corintios 3
4 - E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;
5 - Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,
6 - O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.
 - Entender o potencial sacerdotal de cada crente.
Mateus 28
19 - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 - Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
 - Entender o papel de cada crente como discipulador
João 15
12 - O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
 - Viver o exercício do perdão em reconhecimento do perdão de Cristo sobre sua vida






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PGM (Pequenos Grupos Multiplicadores) - ESTUDO – O1
A igreja em Atos 2
A urgência de Paulo e seu desejo de ver a volta de Cristo fizeram com que as igrejas se estabelecessem de maneira bem funcional e prática, a fim de torná-las instituições com o máximo aproveitamento dos seus integrantes.  Para Paulo era indispensável estabelecer igrejas que, pela sua própria estrutura de funcionamento, fossem promotoras de um crescimento ágil, porém, consistente; fortalecedoras dos laços entre os irmãos, mas, também, agregadoras de novos membros; um organismo veloz para fugirem dos seus perseguidores; pequenas para melhor se esconderem nas horas de perseguição; eficientes para crescerem em qualquer espaço; rápidas para aprenderem e ensinarem a doutrina dos apóstolos.  O modelo que ele escolheu não foi criado por ele, mas, ele foi o seu maior propagador.

A urgência de Paulo (Mateus 28:19)
Plantar igrejas em todo mundo para abreviar a volta de Jesus

Características da igreja de Atos 2
Igreja agregadora (VS. 41)
Tinha prazer em compartilhar a alegria da salvação.
Igreja rápida para ensinar e aprender (VS.42)
Perseverante  no compartilhamento da fé.
Igreja fortalecedora dos laços (VS. 45 )
Pela vida comum e participação das alegrias e tristezas.
    Igreja funcional e prática (VS.46)
Com possibilidade de ações públicas e privadas.
Igreja de crescimento consistente (VS.47)
Com  reconhecimento divino e humano.

Quando e por que deixamos para trás o modelo de Atos 2?
A igreja de Atos era o resultado do trabalho de Jesus enquanto esteve entre nós e do seu posicionamento claro pela transformação do ritualismo religioso (Sacerdócio especial, dia santo e templo) para o viver religioso pelo livre acesso que sua morte e ressurreição trariam ao seu povo (Sacerdócio universal, vida devocional e reunião em caráter familiar). De fato, assim aconteceu. Por muitos anos a igreja viveu o seu melhor momento nessas bases estabelecidas por Jesus e reproduzida pelos seus apóstolos. A Igreja foi perseguida, seus membros sofreram humilhações, torturas e morte, mas nem isso foi capaz de frear o poderoso crescimento da igreja nessa forma dinâmica e ramificada. Até que em 310 e 380dC os imperadores Constantino e Teodósio utilizaram contra igreja um eficiente anestésico diminuindo sua ação e reenquadrando-a num padrão que até hoje ela vive. Eles tornaram o cristianismo, inicialmente, de prática livre e estimularam os grandes ajuntamentos e, mais tarde, fizeram-no a religião oficial do Império,  financiaram templos lindos, instituiu-se o papado, dia especial para adoração e sacerdotes profissionais para prestarem relatórios a eles e dirigirem congregações que passaram a se reunir em apenas celebrações. Voltamos ali ao paradigma do Sacerdócio especial, do dia santo e do templo.

Jesus e o sacerdócio (Mateus 27:51, 21:33-39)
Defende e o sacerdócio universal e desvincula a relação divina exclusiva na ministração sacerdotal.
Jesus e dia santo (Marcos 2:27, 3:4, Lucas 6:9)
Defende que todo dia  á dia de fazer o que agrada a Deus.
Jesus e o Templo (Mateus 18:20,  João 2:19-20, Mateus 27:40)
Defende no seu próprio exemplo que o corpo é o templo do Senhor.
     Comparativos entre a igreja nas casas e prática tradicional
     1.     Sacerdócio especial / dia santo / templo
PGM                   Todos/todos/nós
Tradicional        Pastor institucional/Domingo/Prédio

2.     Uso dos dons
PGM                 Parte do cotidiano
Tradicional      Durante as atividades

3.     Uso do templo (prédio)
PGM                Ajuntamento da igreja
Tradicional     A igreja

4.     Cobrança de resultados
PGM                Uns aos outros
Tradicional     Instituição e lideres

5.     Confissão
PGM               Entre íntimos
Tradicional    Diante de um grande grupo sem tanta intimidade

6.     A integração
PGM               Imediata
Tradicional    Demorada


PGM - ESTUDO – O2
O discipulado na prática de Jesus
     Qual a missão de Jesus enquanto esteve como homem entre nós, curar, ressuscitar mortos, alimentar multidões, libertar endemoninhados? Não, sua missão era estabelecer o Reino de Deus na terra. As demais realizações trouxeram credibilidade a sua mensagem, e o destacaram fazendo-o mais efetivo na sua pregação.
     Ele sabia que não bastaria divulgar sua mensagem de maneira ampla, mas, superficial. Seria necessário deixar homens que fossem portadores das mesmas verdades que Ele pregou, afim de que estes após a sua partida se tornassem multiplicadores da igreja. Jesus estabeleceu um apostolado e, mesmo entre estes, visualizou aqueles que estavam mais aptos para melhor assimilarem certas revelações.  Falava com multidões, compartilhava com doze e confidenciava a três.
     Quando nos dispomos a questionar paradigmas, as grandes massas não são o lugar em que teremos os resultados mais produtivos. Livrar as pessoas dos seus apegos sentimentais, levar as pessoas a fazerem uma releitura das suas experiências afim de que  abram mão de coisas que fizeram parte do seu cotidiano por toda uma vida, não é uma tarefa agradável quando feita em grandes ajuntamentos.

A transfiguração (Mateus 17:1-3)
Uma Visão
Ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5:37-42)
Um procedimento espiritual
No Getsemani (Marcos 14: 32-36)
Seu sofrimento e dor

A mensagem que a igreja prega hoje

   A igreja tornou-se seletiva na escolha dos temas que aborda. Como seus ajuntamentos são sempre numerosos, a audiência não está preparada e nem suportaria alguns desafios que são parte indispensável da pregação do Reino de Deus. Nós somos tentados e cedemos a tentação de falar, apenas, o que agrada a grande massa. Com isso o evangelho tem se tornado pouco operoso e satanás tem ganhado espaço que a muito tempo já deveria estar tomado pela igreja de Cristo. E, por isso, a igreja se tornou um organismo debilitado e seus membros, ao invés de comprometidos, tornam-se cada vez mais melindrosos. Buscam seus próprios interesses e não os interesses do Reino.

    Comparativos entre a igreja nas casas  e prática tradicional:
    1.     Como o povo recebe a palavra?
PGM                   Sem resistência
Tradicional        com resistência

2.     Como o povo reage quando desafiado?
PGM                 Comprometem-se um pelo outro
Tradicional      Promete mais só cumprem a te a zona de conforto

3.     Qual a palavra que predomina?
PGM                Morte para vida
Tradicional     Deus te dará

4.     Com quem compartilhamos  o inacreditável?
PGM                Com quem confia em nós
Tradicional     Com quem nos questiona

5.     Com quem compartilhamos a nossa fraqueza?
PGM               Entre amigos
Tradicional    Entre conhecidos



PGM - ESTUDO – O3

Igrejas nas cartas paulinas.

Passamos a gora a uma abordagem da prática da igreja e seu funcionamento buscando como modelo a constituição das igrejas que Paulo plantou.

Não importando onde se dava sua ação evangelística seu empenho era chegar à família (Atos 16:31). Paulo trazia aos da casa a importância de utilizarem-se de todos os esforços para a expansão do Reino de Deus(Atos 16:32).  O maior bem que uma família possui é a sua casa. É fácil entender que o nosso Deus merece o nosso melhor, no caso, a nossa casa.

Dessa maneira as primeiras famílias tornavam-se os primeiros grupos das igrejas locais. Aos poucos, outras famílias geograficamente próximas, eram ganhas para Jesus e estas eram acolhidas pelas primeiras para serem instruídas e preparadas para receberem outras.

É nesse contexto de convivência que Paulo traz os seus tratados  quanto a comunhão, a fé, os dons e o desenvolvimento do Reino (Atos 20:20-21).

Foram, também, estabelecidos oficiais que permeavam estas estruturas domésticas, tais quais: Bispos, presbíteros, evangelistas, mestres, diáconos, etc. A estes a igreja deveria receber e prover (Filipenses 1:1).

Paulo cita, sempre com muito carinho, os hospedeiros da igreja, representando, assim, o carinho de Deus em função do nível de comprometimento que abrirem as suas casas representava (I Coríntios 16: 19).






PGM - ESTUDO – O4
As mudanças de perfil da Igreja ao longo da história


No dia de pentecostes houve cerca de 3.000 conversões, número 25 vezes mais que a sua membresia num só dia.

Acreditemos que, pelo menos, 1/3 desses novos crentes permaneceram em Jerusalém. Onde se reuniriam? Como discipular essa gente toda? Certamente eles distribuíram esses novos irmãos entre as casas das famílias que compunham os 120, para que esses dessem seguimento ao discipulado.

A Igreja do Novo Testamento começou tendo dois tipos de reuniões. Reuniões nas casas e reuniões no templo (At 2.42).
O que a Bíblia quer dizer quando menciona que os cristãos se reuniam no templo? Refere-se ao templo judeu que não era um local próprio para receber as pessoas. Era um edifício relativamente pequeno, preparado para impedir o acesso das pessoas. Somente o sumo sacerdote podia entrar em sua parte mais interior uma vez por ano.
Os cristãos se reuniam no pátio do templo, não dentro do templo. Não havia outro local em Jerusalém que comportasse tantas pessoas. Por ser um local público, facilitava a pregação do evangelho.

As celebrações que se realizavam em lugares públicos tinham uma multidão de cristãos.
As reuniões nas casas eram grupos pequenos que hoje chamamos células, ou pequenos grupos.
Por não ter um templo próprio para suas reuniões, a igreja do Novo Testamento acostumou-se desde o início a reunir-se nas casas (At 12.12; Rm 16.3-5; Cl 4.15; Fm 2).
A chave do crescimento da Igreja do Novo Testamento, é que sabia equilibrar suas reuniões grandes e pequenas, as celebrações e os pequenos grupos. Atualmente, as maiores igrejas do mundo são igrejas em pequenos grupos e todas dão ênfase a ambas as reuniões.

No ano 312, com a institucionalização do cristianismo, a Igreja começou a perder seu equilíbrio entre a celebração e a célula. A Igreja perdeu sua ênfase no trabalho de todos os crentes, deixando-o somente para os “sacerdotes” e “líderes”.
Em 1517, Martinho Lutero liderou a Reforma, provocando uma transformação na teologia, porém, deixou intacta a estrutura da Igreja. Posteriormente os Anabatistas adicionaram à transformação teológica a transformação das estruturas na igreja.
Perseguidos por Católicos e Protestantes os Anabatistas voltaram a reunir-se em grupos pequenos. Mais tarde os Puritanos seguiram a tradição de reunir-se em grupos pequenos.
Em 1738, inspirado pelos Morávios, João Wesley começou a organizar seus “clubes santos”. Estes eram grupos pequenos onde os crentes se reuniam para orar, estudar a Bíblia e animar uns aos outros.

No fim de sua vida Wesley tinha conseguido abrir 10.000 células com uma participação média de 100.000 pessoas.

O movimento celular moderno.

O pai do movimento celular moderno é o Pastor David Yonggi Cho, que iniciou sua igreja em 1958 em um bairro pobre de Seul, na Coréia do Sul.
    
Em 1960 havia alcançado seus primeiros 600 membros. Em 1964 sofreu um colapso devido a seu intenso trabalho. Como resultado de sua enfermidade que o colocou de cama por dois anos, descobriu que o modelo da Igreja do Novo Testamento havia sido o de pequenos grupos nas casas. Apoiando-se nas mulheres de sua congregação, iniciou com 20 células.                                                                .
Em 1970 havia alcançado seus primeiros  1.800 membros. Em 1980, alcançou os 15.000. Em 1987, alcançou os 700.000 membros. Atualmente sua igreja continua crescendo e distribuindo seus novos membros entre 21 igrejas satélites.

A Igreja do Dr. David Yonggi Cho é em nossos dias a maior igreja do mundo e da história do cristianismo.

Deus tem restaurado à sua Igreja o modelo do Novo Testamento. A combinação das reuniões de celebrações com os pequenos grupos não é uma ideia humana, mas sim o modelo que a Bíblia e a história demonstram que tem sido o sistema de Deus para o crescimento de sua igreja.


PGM - ESTUDO – O5
Importância da fundamentação apostólica na prática  da Igreja.
(Lucas 24:50-51)

As disposições e práticas da igreja dos primeiros séculos encontravam fundamentação nas recomendações e exemplos absorvido na convivência com os apóstolos.  Eles tinham desenvolvido ferramentas para atender as necessidades das igrejas e promover o desenvolvimento das mesmas.

Algumas destas disposições são tão simples que por vezes passamos despercebidos por elas na leitura menos atenta, ou engessada pela visão tradicional.

Uma dessas disposições e o comissionamento ministerial para funções específicas como, por exemplo, o que vemos com os helênicos eleitos para auxiliar na distribuição (atos 6:6), no envio de missionários (Atos 13:1-3), Para a capacitação dos santos (atos 9:17), etc.  Tais atitudes perderam espaço no cotidiano tradicional. O super-currículo tomou o espaço da capacitação divina. O liderado perdeu a credibilidade para buscar no líder o revestimento espiritual. Uma vez que o líder ostenta muito mais instrução formal do que capacitação espiritual.

A igreja tem se tornado uma “empresa” e, a exemplo das demais, seus líderes tem sido dispostos pelo tamanho do currículo, e, não pela disponibilidade espiritual e comissionamento apostólico, que à luz da bíblia, podemos considerar o como um suplemento aos dons. Pessoas simples são capazes de proezas quando a bênção de Deus está sobre elas.

Por que os membros não solicitam a bênção ministerial? Vão usar em que? O pensamento predominante é: Não é preciso o envolvimento de muitos, dois ou três profissionais bem preparados podem dar conta das nossas necessidades e realizarem por nós o “ser igreja”.

É possível que a igreja, realmente, chegue ao seu melhor resultado assim?

O porta-voz, o anjo, ou como prefira falar. Ele está presente em vários momentos do antigo testamento e, também, no novo testamento (Apocalipse 2:1). Homens que eram revestidos pelos seus lideres de igual autoridade para representá-los na sua ausência (realidade facilmente encontrada nos pequenos grupos).

A disposição apostolar se observa através de cartas. Isso pode parecer um meio impessoal ou superficial, mas, muito pelo contrário. As cartas eram escritas pensando em dificuldades específicas de cada grupo de crentes. O mais interessante é que elas acabavam se tornando tratados permanentes e consultáveis por todos os demais grupos. Era a palavra apostólica registrada fisicamente e não, apenas, nas palavras soltas ao ar que o vento poderia levar.

As atas atuais têm um teor fundamentalmente administrativo; são mecanismos absolutamente impessoais; são os nossos únicos registros, por isso, no modelo tradicional não há nada que chegue perto da eficácia das cartas. Estas até hoje são utilizadas nos pequenos grupos e lidas pelos “anjos” comissionados pelos pastores que, por sua vez, foram consagrados por sucessão apostólica, para o cuidado espiritual da igreja e sua orientação direta, ou, por representação.




PGM - ESTUDO – O6
         As ordenanças e sua importância


       As ordenanças bíblicas reconhecidas pelos batistas brasileiros são o batismo e a ceia. Queremos neste estudo discutir sobre os ambientes e as circunstâncias em que eles eram aplicados segundo os textos bíblicos. Precisamos para o melhor resultado fazer uma observação dos testos de uma maneira mais desprendida possível das nossas tradições e dogmas.


    O batismo bíblico sempre foi um símbolo do reconhecimento da vontade de     Deus, uma confissão pública de disposição de viver uma vida regida pelo Espírito Santo, de obediência a uma ordenança e humildade (Lucas 3: 3; Marcos 16: 16).


    O batismo, no contesto do Novo Testamento, precedeu o surgimento formal da igreja (Atos 18: 25). O batismo praticado por João batista deixa claro que era um marco pessoal de arrependimento do distanciamento de Deus. No dia de pentecoste cerca de 3.000 almas se converteram, mas, o texto deixa bem claro que havia uma numerosa quantidade de pessoas que estavam ali de passagem não foi preciso contemplar mais do que a disposição de confissão e obediência para que o batismo fosse ministrado (atos 2: 41). Alguns dos novos decididos não tinham nem mesmo um grupo de crentes para lhes dar suporte. Ficando claro que o batismo evidenciava sua disposição e não sua maturidade cristã.

   Quando a igreja se institucionalizou ela começou a gerar normas de preservação da instituição e colocar impedimentos legais, e sujeição dos candidatos ao batismo a avaliações subjetivas, que com o tempo se tornaram, conjuntamente, normas para aceitação no ingresso a instituição. E isso trouxe impedimento a crentes verdadeiros de testificarem sua fé pela obediência do batismo em função de grau de santidade, e, o mais interessante, medidos por aqueles que não podem avaliar seu próprio grau (I Pedro 3: 21).


      A instituição precisa ser preservada, mais a disposição de fé, também. E aí? O que fazer? Uma das propostas é desvincular padrão batismal e padrão institucional.


Uma pessoa poderia, então, estar pronta para o batismo e ainda ter que aguardar para ingresso na instituição, sem prejuízo a sua obediência a ordenança. Podendo, esta, partilhar o pão da fé, ainda que não responder direta ou indiretamente pela instituição.


     O que percebemos é que a preservação institucional transformou o cumprimento da ordenança, de uma disposição pessoal para uma disposição institucional.


        A dissociação de atos de fé e atos institucionais pode trazer uma proximidade muito grande com a igreja do primeiro século e pode favorecer o “ser igreja” em pequenos grupos.